Diretor do Correio do Povo diz que investimentos estão longe do ideal

Posted on 10/11/2010 por

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Luís Grisólio

O diretor Operacional do jornal Correio do Povo, Luís Grisólio, reconhece os baixos investimentos feitos pelo Grupo Record para renovação da mão de obra e infra-estrutura. Para o diretor, os R$ 8 milhões investidos na compra da nova rotativa e na composição dos quadros funcionais da empresa, estão abaixo do que ele mesmo classifica como ideal. “O custo total foi de R$ 8 milhões, praticamente nada em comparado com as empresas de ponta hoje. Acima de € 20 milhões é o começo de um bom investimento”, afirma.

Dentre as mudanças ocorridas no impresso, está o projeto gráfico 100% a cores, a tecnologia denominada ‘print log’ ainda é pouco explorada nos jornais do Rio Grande do Sul. Mesmo com avaliação de baixos investimentos, na visão do diretor a iniciativa foi necessária e só ocorreu após a compra do Grupo Caldas Júnior pelo gigante da comunicação Record. “A parceria estabelecida após a compra do Grupo Record foi um marco para que o projeto gráfico fosse totalmente a cores”, reitera.

Mesmo com o ceticismo de Grisólio, a expectativa é de que o grupo leve de quatro a cinco anos para garantir o retorno no investimento realizado. O otimismo é demonstrado pelo excelente número de leitores no estado, atualmente 500 mil jornais em média são comercializados diariamente, o mercado é consistente, mas o veículo precisa ter velocidade e ousadia para se adaptar as demandas. “O jornal O Sul vem se sustentando, o Jornal do Comércio teve que se modificar, esta é a lógica, mas tem muito mercado leitor”, explica.

Redação do Jornal Correio do Povo durante o dia

O maquinário está em constante desenvolvimento. Em dezembro de 2009 foi encomendada a compra do novo equipamento, a chegada foi em março de 2010. Uma parceria envolvendo o Grupo Record de Comunicação e o SENAC levou os funcionarios do Jornal Correio do Povo a condição de realizarem cursos preparatórios com o objetivo de operar as novas tecnologias. Este convênio surte resultados significativos e tende a se manter em longo prazo. Além da preparação técnica, o fator motivacional tem sido importante para a garantia das excelentes performances.

Grisólio lembra que no primeiro dia em que saíram às ruas a primeira edição do CP com o novo projeto gráfico, ocorreram muitos e muitos transtornos. Os impressos entraram em circulação apenas no final da tarde. A participação de todos os setores da empresa junto ao ingente apoio psicológico, foram fundamentais para que as metas pudessem ser cumpridas. “A parte psicológica é muito importante para a performance do funcionário, chegou um momento em que até eu estava operando as máquinas junto, concluiu”.

A equipe é constituída de 180 pessoas, destas, 120 trabalhando diretamente no processo, além de seis profissionais estrangeiros – 2 norte americanos e 4 argentinos. Todos estes investimentos são feitos pelo Grupo Record de Comunicação, que não possuía intenção de investir no jornalismo impresso aqui no Rio Grande do Sul. O diretor lembra que o grande objetivo da Record era apenas comprar a TV 2 Guaíba. “Eles nem sabiam nada sobre a RBS, Zero Hora… Queriam comprar a TV para disputar audiência com a Globo, mas com o tempo eles foram entendendo mais sobre como as coisas realmente funcionavam aqui”, diz.

Luís Grisólio anuncia também a chegada de um novo produto impresso para janeiro de 2011. Segundo ele, a tendência anda na direção dos seguimentos, onde as editorias passam a ser a essência de um único jornal. Como exemplo citado, o Jornal Lance ‘jornalismo esportivo’, Brasil Econômico ‘jornalísmo econômico’, etc. O jornalismo popular é visto com bons olhos pelo diretor, dando um certo indicativo ao que virá por aí: “é preciso mudar a si mesmo […] desgraça todo mundo gosta de ler, todo mundo gosta de tragédia […]”, confirma.

Redação do Jornal Correio do Povo durante a noite

Em março de 2007, o jornal Correio do Povo passou a fazer parte do Grupo Record de Comunicação, estrutura midiática presidida pelo empresário Edir Macedo, juntamente com outras empresas do mesmo seguimento, a extinta TV 2 Guaíba e as rádios Guaíba AM 720 e FM 102.3, bem como o Edifício Hudson, no centro de Porto Alegre, onde funciona a redação do jornal. Com esta aquisição, a Record Sul, se fortaleceu para concorrer diretamente com a RBS, proprietária do jornal Zero Hora, Diário Gaúcho e da rede de emissoras de televisão afiliadas à Rede Globo nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

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